Teatro Universitário lotado. Começa o espetáculo. Breu no palco, ninguém vê nada à frente. Minutos se passam e nada acontece. Até que, num súbito instante, uma forte luz ilumina por milésimos de segundo um pedaço do cenário, revelando um ser estranho sentado em uma cama. A rapidez do flash foi tão grande que pouca coisa foi revelada. Escuridão novamente.
Estava dado o tom sombrio e inesperado que comandou toda a peça “A Porta”, uma das mais aguardadas do 6º Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória. A apresentação foi na noite da última quarta-feira (20), na Universidade Federal do Espírito Santo.
Baseado livremente no livro “Metamorfose”, de Franz Kafka, a peça conta a história de Gregor K. um sujeito atormentado pelos seus sonhos durante a madrugada. Realizado pela paulistana Cia. Troada a montagem mostra todos os sonhos e alucinações do personagem de forma inusitada.
Além de raros momentos em que um narrador tem sua voz amplificada, nenhum dos três atores realiza falas ou apresenta-se sem as máscaras que conferem ao público a possibilidade de adentrar nas loucuras do inconsciente do personagem.
“Acho que foi essa a peça que mais me instigou até agora durante todo o festival. Fiquei encantado com tudo. Não senti falta dos atores falando, até porque eles sabia se expressar muito bem, ainda que seus rostos normais não aparecessem”, comentou a estudante Priscilla Gomes.
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